Que parem os relógios, calem o telefone, jogue-se ao cão um osso e que não ladre mais, que emudeça o piano e que o tambor sancione a vinda do caixão com seu cortejo atrás.
Que os aviões, gemendo acima em alvoroço, escrevam contra o céu o anúncio: ele morreu. Que as pombas guardem luto - um laço no pescoço - e os guardas usem finas luvas cor-de-breu.
Era meu norte, sul, meu leste, oeste, enquanto viveu, meus dias úteis, meu fim-de-semana, meu meio-dia, meia-noite, fala e canto; quem julgue o amor eterno, como eu fiz, se engana.
É hora de apagar estrelas - são molestas, guardar a lua, desmontar o sol brilhante, de despejar o mar, jogar fora as florestas, pois nada mais há de dar certo doravante.
W.Auden Traducao - Nelson Ascher
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